Tomada de Monte Castelo - 21 de fevereiro de 1945 - 2ª Guerra Mundial - FEB

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No dia 21 de fevereiro de 1945, há 64 anos atrás, a FEB (Força Expedicionária Brasileira), tomou de assalto o Monte Castelo, posição fortemente organizada e presumivelmente inexpugnável, não somente pela situação privilegiada de dominância como por estar defendida por um adversário adestrado, experiente e combativo, que já repelira, com êxito, três ataques anteriores desfechados pelos aliados.

Tomada de Monte Castelo
Força Expedicionária Brasileira - FEB


A conquista de Monte Castelo constituíra-se num imperativo moral para os bravos expedicionários. Desafiados pelos insucessos e estimulados pelos sentimentos de honra e dignidade, os nossos soldados encaram, com firmeza e coragem, a crua realidade da guerra e prepararam-se, durante um rigoroso inverno, para o confronto decisivo.

A intensificação da instrução, as infiltrações audazes das patrulhas, os golpes-de-mão, a inquietação da artilharia e dos morteiros inimigos, a chuva, a neve, a temperatura de 18 graus abaixo de zero, foram sacrifícios necessários ao enrijecimento dos nossos pracinhas, transformando-os em combatentes de escol.

Na data que hoje comemoramos, lançaram-se com ímpeto irresistível ao ataque, esmagando resistências, desentocando os defensores das casas-matas, conquistando o objetivo que há muito esperavam.

Metralhadoras em posição

Ao evocarmos o feito heróico de Monte Castelo, motivo de justa ufania para todos os brasileiros, rendamos as nossas homenagens a todos aqueles que atenderam, solícitos, ao chamamento da Pátria em perigo. Aos valorosos soldados, que completaram o sucesso obtido em Monte Castelo, coroando-o com as vitórias de La Serra, Fornovo, Collecchio, Castelnuovo e Montese.

Aos que, vitoriosos, tiveram a felicidade de retornar aos seus lares e, aos menos afortunados, que pagaram com o sacrifício supremo de suas vidas, o preço de nossa liberdade.

A pátria agradecida não os esqueceu. Os seus nomes permanecerão indelevelmente gravados em nossas mentes e nossos corações, como exemplos de patriotismo, abnegação, idealismo, fé no primado da justiça e da democracia e repúdio às ideologias totalitárias, quaisquer que sejam as suas colorações.

Monte Castelo, resistindo durante três meses às investidas das armas aliadas, erigira-se a cidadela da presumida invencibilidade germânica.

Para os brasileiros, no entanto, representará um símbolo e um marco na vida de nossa tropa em terras de ultramar. Constituiu o índice do valor de nossa gente.

Significou a sangrenta forja de nossa agressividade. Traduziu a odisséia associada a atrevidas incursões de nossas patrulhas, avançando sob nevadas cortantes no gelo resvaladiço, a se esgueirarem através dos núcleos da defesa inimiga, em busca do prisioneiro e da informação.

Sumidouro de centenas de vidas patrícias, a sua captura pelas nossas forças constituiu um dever de consciência e um imperativo de dignidade militar. Assinalou o início de uma série de vistorias esplendidas para nossas armas, vitórias que elevaram o nome do Brasil e o prestígio de nosso Exército.

(1) - Antes das sete horas, o III/11º RI, reserva divisionária, ocupava Gaggio Montano, onde passou a aguardar ordens.

(2) - A nossa Artilharia, superiormente orientada pelo General Cordeiro de Farias, apoiou a ação sobre Monte Castelo com oportunidade e decisiva eficiência, ora em benefício do conjunto atacante, ora em proveito de um e de outro Batalhão. Teve papel proeminente na tomada do mencionado baluarte e sua ação nas últimas horas da jornada abreviou a decisão do ataque. Posteriormente, vários prisioneiros de guerra declararam que as concentrações preliminares desse ataque ao Monte Castelo “eram de arrebentar os nervos de qualquer um”.

(3) - As primeiras tropas a alcançarem o cimo de Monte Castelo, neste ataque, foram as Cias. Comandadas pelos Capitães Everaldo José da Silva e Paulo de Carvalho, pertencentes ao I/1º RI e III/1º RI, respectivamente.

(4) - Os defensores de Monte Della Torraccia resistiram com redobrada obstinação e ainda na jornada de 23 de fevereiro contra atacaram os montanheses americanos. A conquista de Monte Castelo significou o desbordamento em curso do reduto de Torraccia e passou a desempenhar um valioso apoio às operações da 10ª Divisão de Montanha. De tal forma sentiu o inimigo o torneamento de Torraccia, que sua artilharia, na manhã de 22 de fevereiro, castigou os brasileiros ocupantes de Monte Castelo com pesados e constantes bombardeios. Torraccia ainda não tombara e as posições brasileiras de Monte Castelo, na jornada de 24 de fevereiro, ainda recebiam mais de mil granadas dos canhões germânicos.


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